Estamos em ano de eleições no Brasil. E embora legalmente ainda não tenham começado as campanhas, na prática, já tem pré- candidatos evangélicos colocando nome a disposição para representar as Igrejas Evangélicas. O blog NA MILITÂNCIA se antecipa para alertar o segmento evangélico sobre velhas práticas que não podemos mais aceitar:
1. Confundir o reino de Deus com política
Para muitos pastores, o Brasil será salvo quando tivermos um presidente evangélico. Muitos pastores e igrejas têm direcionado seus esforços no sentido de eleger homens de Deus em cargos políticos. Proclamam e exigem a unidade em torno de um projeto político, com muito pouca oração. Muitos pastores têm abandonado o ministério para exercerem cargos políticos. Olhando para a Bíblia, todos os servos de Deus que foram colocados em posições de poder, foram postos pelo Senhor, através de circunstâncias, não de campanhas.
Discursos que já ouvi em reuniões de pastores: “vamos tomar esta cidade!” “vamos reinar, vamos tomar as rédeas, dar as cartas. Deus tem o homem escolhido. A prefeitura virá para nossas mãos e não sairá mais.” Soa bem terrorista, não? Que ignorância! O reino de Deus virá pelo poder do Evangelho transformando vidas, não por atos políticos cristãos!
Há também o risco da incompetência e da vergonha; frequentemente somos envergonhados ao ver políticos evangélicos envolvidos em escândalos de corrupção, incluindo pastores e bispos. Como os brasileiros tem memória curta para este tipo de coisa, sugiro que você faça uma pesquisa sobre o assunto.
O pastor deve orientar o exercício da cidadania, se possível, pode orientar o povo até mesmo na escolha de candidatos, dentro dos limites da lei, da ética e do bom senso. Mas deve ser imparcial.
2. Vender o nosso voto.
Muitos pastores e igrejas lamentavelmente vendem suas consciências e partem para a maisrepugnante politicagem em tempos de eleição. É a venda de votos por latas de tinta, telhados, lotes para construção, e às vezes por dinheiro mesmo; ou por empregos para os irmãos.É o nepotismo gospel: irmão vota em irmão, pra ganhar um empregão! E lá vai o pastor mandando os crentes votarem em determinado político. E lá vão os crentes que não pensam, votam em quem o pastor manda. Agora foram proibidos os showmícios. Mas há políticos aparecendo nos eventos de adoração por toda parte, para receber oração.
3. Omitirmo-nos.
O povo brasileiro está decepcionado com política, e muitos apelam para o voto nulo ou em branco. Apesar de tudo o que já foi exposto, não podemos nos omitir. Devemos assumir nosso papel na sociedade, e isto inclui exercer política. Mas com decência, por favor! Sem cometer os dois erros anteriores.
“Apóio totalmente o direito e, na verdade, a responsabilidade de envolvimento dos cristãos na política. Nas cruzadas morais como a da abolição, os direitos civis e da política anti-aborto, os cristãos assumiram a liderança.”
Então isto nos leva a pensar no que devemos fazer em relação à política
O que devemos fazer:
- · Votar. Com consciência, com liberdade, pensando, analisando, debatendo, jamais vendendo seu voto por preço nenhum.
- · Exercer cidadania. Punir os políticos corruptos ou incompetentes (principalmente se forem crentes!)não lhes dando um segundo voto. Não ser desinformado, ler, informar-se. Isto pode incluir pleitear um cargo político. Desde que não se cometa os erros 1 e 2. Se o irmão não misturar as coisas, nem for corrupto, entendendo que foi chamado por Deus para ser sal e luz na política, aleluia! Só não venha querer conquistar voto simplesmente porque é crente. Conquiste votos em cima de sua competência e propostas.
- Não venha usar o púlpito, lugar de onde se espera alimento espiritual, como palanque de comício. Muitos dos personagens bíblicos foram chamados por Deus para atuar como políticos: José, Ester, os reis, Daniel, Neemias… a Bíblia diz que quando o justo governa, o povo se alegra (Pv 29:2).
- · Sermos profetas. Sermos usados por Deus como foi Elias para confrontar as autoridades, para abençoá-las e desafiá-las. Como podemos ser profetas? Sendo isentos politicamente. O pastor que ganhou o lotedo político X só consegue orar por ele para abençoá-lo, sem falar que tem obrigação de fazer o que ele mandar, a cada eleição. Vira um fantoche.
- · Orar (I Tm 2:1-2). A igreja precisa sempre orar pela nação, pelas autoridades, pelas eleições.
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